quinta-feira, 10 de maio de 2012

Como age o BOTOX?

Oi galera !
Imagino que vocês estejam muito ansiosos para que voltemos a postar sobre métodos antienvelhecimento e métodos de rejuvenescimento não é? Pois bem, o tema de hoje é sobre a bioquímica do BOTOX®.
Como já foi dito anteriormente, o BOTOX® é o nome usual da toxina botulínica tipo A usada para tratamentos faciais. Esta toxina é secretada pela bactéria Clostridium botulinum e está relacionada com uma doença muito importante, o botulismo, adquirida principalmente a partir da ingestão de alimentos contaminados. Esta doença causa paralisia muscular, podendo levar a morte.
Mas então como uma toxina fatal pode ser usada como método de tratamento estético ?
A toxina pode ser utilizada como BOTOX®, por este ser aplicado em doses quase homeopáticas de forma local. Assim, sua ação paralisante muscular age, teoricamente, apenas na região desejada, não existindo em quantidade suficiente para agir em músculos vitais. O importante é ressaltar que existem controvérsias sobre este ser um método totalmente seguro, já que existe sim a possibilidade de uma parte dele se espalhar na corrente sanguínea.
Algo bastante interessante é a evolução do uso da toxina botulínica pelos humanos, já que o inicio da sua utilização era voltada totalmente como medicamento. Aproximadamente em 1970, esta foi usada para tratar o estrabismo, já que age paralisando a musculatura responsável pela motricidade e centralização do olho. No final de 1980 foi usada como droga terapêutica de distúrbios musculares, como blefarospasmo, e outras distonias focais. Atualmente ela é usada também como relaxante muscular, apesar de ser mais popular na área puramente estética.

AÇÃO DA TOXINA BOTULINICA NO ORGANISMO:

A bioquímica desta toxina é muito interessante. Ela é um polipeptídeo constituído por uma estrutura de cadeia leve e uma de cadeia pesada, unidas por uma ligação dissulfeto. Entrando em contato com a membrana externa dos neurônios, a partir da circulação nos sistemas circulatório e linfático, ela se liga à membrana por intermédio de receptores desta e é fagocitada pela célula.
Esta endocitose é mediada por proteínas chamadas clatrinas, que estão relacionadas aos diversos mecanismos de formação de vesículas das células, e neste processo só a cadeia leve adentra a célula. Depois de conseguir atingir o citossol, a cadeia leve da toxina se liga a receptores de proteínas de membrana responsáveis por fazer exocitose das vesículas que contêm os neurotransmissores acetilcolina, os tornando inativos.
Com isso a acetilcolina, neurotransmissor presente nas placas motoras (conjunto de fibras musculares e terminações nervosas que possibilitam sua contração), apesar de continuar a ser produzida normalmente não consegue se exteriorizar. Logo, os músculos não recebem estímulos para contrair, o que leva à paralisia flácida. Com o tempo, o próprio neurônio produz mais receptores responsáveis pela exocitose, inativando o efeito da toxina.
Nos tratamentos faciais, todo esse processo ocorre nos músculos desejados, e por isso os músculos da face se tornam incapazes de se contraírem por algum tempo. E, como as rugas de expressão são decorrentes da diminuição da sustentação da pele e se encontram nas regiões que ocorrem mais contrações musculares, seguindo inclusive a direção das fibras musculares, a paralisia dos músculos da mímica facial atenua as rugas de expressão.


Espero que tudo tenha ficado claro para todos vocês e qualquer dúvida é só postar, que tentaremos responde-la da melhor forma possível. E só uma curiosidade: o nome da toxina deriva da palavra em latim referente à salsicha, já que ela foi descoberta na Alemanha em salsichas contaminadas.


Referencias:

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