quarta-feira, 16 de maio de 2012

Doença de Alzheimer


 Olá a todos!

Hoje o assunto de que nós vamos tratar é bastante conhecido pela maioria das pessoas: a doença ou mal de Alzheimer. Essa doença, que ocorre na maioria dos casos em idosos, está se tornando muito comum por causa do aumento da expectativa de vida da população mundial e também da população brasileira. Por isso, é muito interessante saber um pouco mais sobre os aspectos bioquímicos dessa doença.
Uma das principais características da doença de Alzheimer é a deposição de uma substância denominada β-amiloide no cérebro em regiões extracelulares, formando as chamadas placas senis. Há evidências de que esse acúmulo desregulado ocorre no início da doença e precede os primeiros danos neurocognitivos. É importante perceber também que são identificadas mutações dos genes da proteína precurssora de amiloide (APP) em pessoas com um início precoce da doença, ou seja, em pessoas doentes com menos de 60 anos. Isso evidencia ainda mais a participação das placas senis na doença de Alzheimer.

A deposição de β-amiloide também está ligada com a subsequente formação de novelos neurofibrilares (NFT), que são formados predominantemente por acumulações de pares de filamentos espiralados (PHF) possui a proteína associada a microtúbulos — tau como componente fundamental. Observa-se que a tau associada aos PHF é anormalmente fosforilada. É provável também que a tau fosforilada possui uma capacidade menor de polimerizar tubulina; em vez disso ela se agrega na forma de PHF e se torna insolúvel. Isso provoca um rompimento do citoesqueleto celular do neurônio, o que o leva primeiramente a uma disfunção e depois à morte.
É possível notar que a mutação no gene da APP não explica a ocorrência da doença de Alzheimer de início tardio. Entretanto, foi descoberta uma relação entre a região do cromossomo que determina a produção de apolipoproteína E (ApoE) e a doença de Alzheimer. A ApoE regula o metabolismo e a excreção de colesterol e de outras lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Ela é extremamente importante, pois participa do processo de mobilização e redistribuição de colesterol para a regeneração do sistema nervoso central e periférico, e para o metabolismo lipídico normal do cérebro. Ademais, a possível associação da ApoE à doença foi estabelecida ao identificar-se essa apolipoproteína em placas senis e em novelos neurofibrilares. O gene que codifica a ApoE se localiza em uma região do braço longo do cromossomo 19 que já havia sido associada à doença de Alzheimer de início tardio. A ApoE apresenta polimorfismo determinado pelos alelos e4 (Cys112®Arg), e3 (Cys112), e e2 (Arg148®Cys). A associação à doença ocorre pela presença do alelo e4.

Além dos fatores explícitos acima, é importante ressaltar a deficiência de neurotransmissores provocada pela perda neuronal. Essa deficiência é o que provavelmente provoca as manifestações clínicas da doença. Geralmente, os neurotransmissores que são deletados ou diminuídos são a acetilcolina, o fator de liberação de corticotropina e a somatostatina. A norepinefrina, serotonina, dopamina e glutamato também podem estar reduzidos no cérebro. No entanto, a falta de acetilcolina é a mais dramática e consistente, e é a que mais se relaciona com as manifestações clínicas da doença.
Bom, acho que deu para esclarecer um pouco mais sobre a famosa doença de Alzheimer. Nos próximos posts, serão discutidas outras disfunções neurocognitivas relacionadas ao envelhecimento. Até mais!


Postado por: Daniela Pinheiro

Referências Bibliográficas:
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3313573/?tool=pubmed
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100017&script=sci_arttext&tlng=es
http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2002/alzheimer/linkcausa6.htm



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