Olá a todos!
Hoje o assunto de que nós vamos tratar é bastante conhecido pela maioria das pessoas: a doença ou mal de Alzheimer. Essa doença, que ocorre na maioria dos casos em idosos, está se tornando muito comum por causa do aumento da expectativa de vida da população mundial e também da população brasileira. Por isso, é muito interessante saber um pouco mais sobre os aspectos bioquímicos dessa doença.
Uma
das principais características da doença de Alzheimer é a
deposição de uma substância denominada β-amiloide
no cérebro em regiões extracelulares, formando as chamadas placas
senis. Há evidências de que esse acúmulo desregulado ocorre no
início da doença e precede os primeiros danos neurocognitivos. É
importante perceber também que são identificadas mutações dos
genes da proteína precurssora de amiloide (APP) em pessoas com um
início precoce da doença, ou seja, em pessoas doentes com menos de
60 anos. Isso evidencia ainda mais a participação das placas senis
na doença de Alzheimer.
A
deposição de β-amiloide
também está ligada com a subsequente formação de novelos
neurofibrilares (NFT), que são formados predominantemente por
acumulações
de pares de filamentos espiralados (PHF)
possui a
proteína associada a microtúbulos — tau
—
como componente fundamental. Observa-se que a tau
associada aos PHF é anormalmente fosforilada. É provável também
que a tau
fosforilada
possui uma capacidade menor de polimerizar tubulina; em vez disso ela
se agrega na forma de PHF e se torna insolúvel. Isso provoca um
rompimento do citoesqueleto celular do neurônio, o que o leva
primeiramente a uma disfunção e depois à morte.
É
possível notar que a mutação no gene da APP não explica a
ocorrência da doença de Alzheimer de início tardio. Entretanto,
foi descoberta uma relação entre a região do cromossomo que
determina a produção de apolipoproteína E (ApoE) e a doença de
Alzheimer. A ApoE regula o metabolismo e a excreção de colesterol e
de outras lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Ela é
extremamente importante, pois participa do processo de mobilização
e redistribuição de colesterol para a regeneração do sistema
nervoso central e periférico, e para o metabolismo lipídico normal
do cérebro. Ademais, a possível associação da ApoE à doença foi
estabelecida ao identificar-se essa apolipoproteína em placas senis
e em novelos neurofibrilares. O gene que codifica a ApoE se localiza
em uma região do braço longo do cromossomo 19 que já havia sido
associada à doença de Alzheimer de início tardio. A
ApoE apresenta polimorfismo determinado pelos alelos e4
(Cys112®Arg),
e3
(Cys112), e e2
(Arg148®Cys).
A associação à doença ocorre pela presença do alelo
e4.
Além
dos fatores explícitos acima, é importante ressaltar a deficiência
de neurotransmissores provocada pela perda neuronal. Essa deficiência
é o que provavelmente provoca as manifestações clínicas da
doença. Geralmente, os neurotransmissores que são deletados ou
diminuídos são a acetilcolina,
o fator de liberação de corticotropina e a somatostatina. A
norepinefrina, serotonina, dopamina e glutamato também podem estar
reduzidos no cérebro. No entanto, a falta de acetilcolina é a mais
dramática e consistente, e é a que mais se relaciona com as
manifestações clínicas da doença.
Bom,
acho que deu para esclarecer um pouco mais sobre a famosa doença de
Alzheimer. Nos próximos posts, serão discutidas outras disfunções
neurocognitivas relacionadas ao envelhecimento. Até mais!
Postado por: Daniela Pinheiro
Postado por: Daniela Pinheiro
Referências Bibliográficas:
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3313573/?tool=pubmed
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100017&script=sci_arttext&tlng=es
http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2002/alzheimer/linkcausa6.htm
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